PENICHE - Meia dúzia de indivíduos — dos que se arrogam o direito de fazer do património nacional o que
muito bem lhes apetece — decidiram construir clandestinamente, na ilha das Berlengas, uma casa de veraneio.
As obras em causa foram embargadas pela Câmara Municipal e pela Capitania do Porto. Contudo, os infractores tentam reagir ao embargo, alegando que algumas casas particulares foram construídas, noutro tempo, semi as autoridades se importarem com isso, e aspirando pela saída da actual CA da Câmara, e pela
vinda de uma «à antiga», das que «fecham os olhos» a este género de falcatruas. Com a entrada em funções da comissão administrativa da Câmara, e a criação da Associação dos Amigos das Berlengas, passou a fazer-se uma nova utilização pública da ilha. As instalações do Forte de S.João Baptista, inutilizadas desde bá algum anos, foram restauradas pelo trabalho da Associação, com o apoio monetario da Direcção-Geral de Turismo, permitindo, assim, que em 1975, cerca de mil trabalhadores pudessem usufruir, a preços módicos, do descanso de férias naquele local privilegiado.
A população de Peniche está alerta. E entende que qualquer construção que surja no espaço das Berlengas e que não esteja voltada para as mais elementares necessidades da ilha, não pode deixar de ser considerada um crime contra a colectividade.
Publicado em "O diário" a 28 de Abril de 1976
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