quinta-feira, 5 de agosto de 2010

1975 - A História esquecida das palavras - BERLENGA


o escrivão da esquadra fIamenga e saxônica dos cruzados que auxiliaram D. Afonso Henriques a conquistar Lisboa aos mouros, Osberno ou Osborne, descreve nestes termos a chegada dos navios a Peniche vindos
do Porto (1143):
"No dia seguinte aportámos com felicidade à ilha de Peniche, distante do continente oitocentos passos. Abunda esta itha em veados e coelhos  também se encontra nela a planta do alcaçuz. Os tírios chamaram-na Eritreia e os cartagineses Gadir, que quer dizer "sebe", porque para além dela Já não há mais terra; por Isso se diz o extremo limite do mundo conhecido. Junto dela há ainda duas ilhas a qual o vulgo chama Berlengas, corrupção de Baleares,  e numa delas existe um palácio de maravilhosa arquitectura com muitos alojamentos de arrecadação, o qual, segundo dizem, serviu outrora de agradabilíssimo retiro particular de certo rei."

Admitindo a existência de um ou outro leitor de "A Voz do Mar" Interessado nestes assuntos vou, tão resumidamente quanto o permite a clareza, promceder a investigação etimológica dos nomes atrás transcritos começamdo pelo nesónimo Berlenga.

A procura dos étimos doa nomes não pode deixar de tomar rem consideração os doutos princípios enunciados pelo reputado etimologista francês Turgot, os quais se podem sintetizar nestas três alíneas:
a) Procurar o étimo na língua indígena a fim de se adquirir  o conhecimento da derivação.
b) Reencontrar a raiz achada através do derivado produzido pela alteração fonética;
c) Reencontrar o sentido determinado pelas mudanças semânticas.

Deste modo, e através de raciocínios apoiados em dados linguísticos bem determinados, chegar-se-á ao reconhecimento dos "fósseis" linguísticos e sua significação.

Ao falar dos antigos habitantes de Peniche o cruzado Osborne refere apenas dois povos, aliás, originários da mesma etnia: os tírios e os cartagineses ou, como também são conhecidos, os fenícios e os púnicos.
Na realidade, os exames antropométricos realizados em
(continua na p4g. 8)

(continuação da p4g. 10)
turais de Peniche corroboram aquela Informação porquanto neles foram detectadas características somáticas afins daqueles antigos povos (General João de Almeida, Relação das Estações Arqueológicas cio Continente).
Ë pois baseado na área linguística a qus tais povos pertenciam que irei pesquisar o nesónlmo Berlenga que o supracitado escrivão diz, equivocadamente, ser corrupção do nome Baearea. O nome Berlenga aglutina os
dois elementos lexicais ararnaico-cananeus Bar e La.ha significativos, respectivamente, de dillio» e «adeus». Anotarei, por mera curiosidade, que o pals aque se dá hoje o nome de Siria era outrora conhecido por Turia,
Tyria e Tiria e daí o chamar-se indiferentemente sirio ou tirio ao povo que habitava a estreita faixa de terra situada entre os contrafortes do Anti-Líbano e o litoral mediterrânico. Siria ou Turia (literalmente «terra dos touros ou dos deuses») era pois aquele pequeno país cuja principal cidade, Turo, Tyro ou Tiro, deu o nome à reglão. Tiro, à semelhança de Peniche, era igualmente uma ilha fortOEicada. Alinharei seguidamente algu
mas considerações relativas aos supracitados temas Bar e Laha. Na obra, a todos os títulos notável de Adolphe Lods, I8raei, das Origens até Meados do Sécaio VII a.. C., pág. 316, aquele autor refere alguns teónlmos
dos panteões fenício-palestinia nos onde entra o elemento Bar: Baraté (filho da deusa Até),
Bargôs (filho de Q68), Bardesdn (filho do deus do rio Dašsdn) e, repare-se, Barlaha (filho de Dens). A voz bar apresenta-se saturada de significação religiosa por remontar a sua origem lexical àquela fase cultural em que o homem concebeu as águas marinhas como a fonte de todas as formas de vida Inclusivé a pró
pria. Para os arameus a palavrabar enterrava o conceito de «filho primogénito), tendo os árabes perpetuado no seu léxico amesina palavra (grafada bahr) como denominação do mar. Os antigos cretenses ornamen
tavam a sua olaria com diversosmotivos marinhos dentro os quais sobressaía o polvo. Porqué este molusco como decoração dos vasos sagrados utilizados nas libações às divindades? Porque o polvo representava pa
ra aquele indómito povo, que antes de qualquer outro dominouo Mediterrâneo, o primogénito divino, isto é, o «filho, (bar) da «águas (Nu ou Na em egípcio). Foi da junção das vozes bare na que se formou o basco barns
e o latim e português perna. Adicção polvo vem, como se sabe, do grego polypoua que naquela língua queria dizer «de muitos pés». Este ser marinho, por te oito pernas foi pelos gregos chamado oktôpous (oito pés), nome que transitou para o Inglês soba grafia octopus. Segundo Philon de Biblos, Bahturo, Baeturo ou Baetuios era um dos grandes deuses fenicios, «filho do Céu e da Terra, Irmão de El, de Dagon e de Atlas. Ora é deste nome Baeturo ou Baetw. loa que derivou o grego Bartolomaic., — literalmente, «filho» (bar) do deus, (turo) «grande, (de malos) —, donde o actual antropónimo portugués Bartolomeu. Na escultura e pintura reli
giosa do Antigo Egipto as divindades apresentam-se, por vezes, sentadas com as pernas cru
zadas. Acontece que em grego os senhores ou deuses do Olimpo eram chamados Hunos, palavra
entrada no latim para denominar, quer a «perna, (crus) quer a rcruz, (crux) que com ela se
fazia. No próximo artigo irei inves tigar o tema Laha que, como acima disse, é o nome árabe de
«deus,.
BATALHA GOUVEIA

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Estatutos da ASSOCIAÇÃO “AMIGOS DA BERLENGA”



ASSOCIAÇÃO “AMIGOS DA BERLENGA”
ESTATUTOS
1. ÂMBITO
A Associação ‘Amigos da Berlenga”,  urna associação de inscrição livre a todos os
indivíduos:
2. NATUREZA
A Associação fundamenta-se no princípio do livre associativismo, conjugando as potencialidades dos seus associados, para urna maior projecção, engrandecimento e protecção da Ilha da Berlenga.
3. FINS .
São fins a atingir pela Associação:
1º—Congregar os esforços dos seus associados para promover o engrandecimento da
Berlenga. . .
2º—Tornar acessível a utilização do equipamento turístico, administrando-o conforme directrizes expressas em plenário.
3º—.Zelar pela. limpeza e conservação da ilha, protecção das suas belezas e riquezas naturais.
4º—Divulgar a ilha quer a nível nacional, quer a nível internacional.
5º—Conceder toda a colaboração ao aparelho de Estado e Camarário em tudo o que seja de interesse comum.
6º—Ser o porta-voz das necessidades e anseios dos utentes da ilha..
7º—Solicitar subsídios, equipamento e apoio técnico às entidades competentes.
8º—Promover realizaç6es de interesse geral.

. ASSOCIAÇÕES AFINS
A Associaço pFóe-se estabelecer relaç6es corn associaç6es afins, através do en-
tendiento recíproco, no sentido de urn intercambio de ideias e realizaç6es,
. ORGANIZAÇiO
5 .l.GESTÃO
A esto da Associaço pertence a todos e a cada urn dos associados. A rebectiva
deleaçao far—se—á em plenário amplo a convocar, corn o firc específico de;
A)—Ele;er o Conselho de Delegados .
B)-Eleger o Conselho de Contas .
C)—Planear realizaçes a levar e efeito
5.2. ESTJUTURA Ai»iINISTPA.IVA .
5.2,1.õonselho dEelegados - Ê constituido pelos deleados eleitos em plenário,
em námero suficiente á subdiviso nas Comiss6es necessarias.
— Urna vez eleito, o Conselho procederá á diviso dos seus elementns pc-
ias Commis6es Gestoras e Executivas.
5.2.1.2. — Coipete ao Consel1o a orientaço e a gest-’o da Associaço segundo as
directrizes assentes em plenário, corn absoluto respeito pelo cuipri
mento dos Estatutos e Reulanìentos.
5.2.2.Conselho de Contas — Será co.:1)osto por tres elementos a quem coipete cen
tralizar a escrita da Associaçao, elaborando urn relat6rio anual a se:: apre
sentado ao Conselho de Delecados que por sua vez o apresentará ao plenário
e lhe dar a publicidade que for entendida como necessária.
5.2.3.Corniss6es de Gesto e Executivas — Compete ás eorisses de Gesto e Executi
vas, dividir tarefa entre os seus elementos •iara ciue SD consiga o normal
funcionamento da Associaço. Cumprir e fazer cumprir os Regulacientns a cons
tituir.
5.2.4.Secretariado - Ao Secretariado compete promover a liaçao entre as Comissoes
a constituir, representando—as de forma conjunta perante pe3soas ou entida
des. Ê constituido por um elemento c1esignado de cada Cornissao.
5.2.5.Duraço dos Orgos de Gesto - Competirá ao Consehlo de Delegados promover
um plenário id mede NOV1BRO, para aprovaço de alteraçoes a introduzir
nos Estatutos e Regulamentos, sieiço dos novos Delegados, apresentaçao de
contas e planeamento.
5.2.6.Alteraçes istatut6rias - Sendo estes Estatutos aprovados unica:iente pelo
.-.

1972 - Canhões das Berlengas aguardam no fundo ordem para vir à tona

Os canhões encontrados na enseada da fortaleza de S. João Baptista nas Berlengas,  em fins De Agosto, esperam autorização das entidades oficiais para vir, de novo, ao de cimo de agua...


1978 - Ligação Peniche Berlenga



No último número deste. jornal veio inserido um reparo sobre o cais de embarque e desembarque na ilha e também acerca da unidade de transporte, terminando com uma perguntai.
Hoje, além de esclarecer que o dito reparo foi escrito cerca de um mês antes do acidente com o «Cabo Avelar Pessoa» e por isso publicado tardiamente, não perdendo, porém, toda a actualidade, antes confirmando-a, devo acrescentar corroborando-a,  que no verão de 1977, um grupo de 40 pessoas ( professores e alunos dedicados à promoção das nossas potencialidades turísticas) viajando no referido barco, rumo às Berlengas, ali chegou em mísero estado. Mais: uma senhora, com o balancear suave do barco… e confortavelmente instalada .. . partiu uma perna.
Fácil será concluir-se que os resultado s práticos e eficazes desta viagem de estudo sobre as condições de promoção das nossas potencialidades turísticas terão sido as melhores... após um dia em estado de saúde lastimoso, um embarque e desembarque feitos a poder de malabarismo e peripécias várias, culminado com o repouso forçado duma senhora de perna fracturada. Será assim que em Peniche se quererá continuar a falar no desenvolvimento das enormes potencialidades turísticas?
Que terão udo delas dizer os ta I s alunos e prote’sso1re s? :t claro que’ este episódio toi um de entre os m*itos que de ano em ano sucedem e não tâo raramente como se poderá julgar, dando, às vezes, a ‘impressão de que o. pretendido é precisemente o contrário: retardar, emperrar o
turismo anão sei com que desIg flics. . . de poss’ui•r a exclus ivkfade do usufruto pnimitivo de tanta s benesses naturais que nos rodeiam?
Que egoísmo e avareza mesquinha , se a assim fosse Não será isso, quero crer. O que será, bem ao certo, também ‘não compreendo. Uma certeza te-‘nqic, eu: existe muito pouca inteligência , esperteza e criatividada na nossa terra ¿ião apenas em âmbito do turismo como a mui
tos outros níveis


1969 - Jorge de Vasconcelos senhor das Berlengas e do Baleal


Os pequenos arquipélagos da Berlenga e do Baleal . Foram propriedade régia nos séculos XV e XVI, como já o haviam sido em séculos anteriores.
Aliás, todo o trecho da costa estremenha a fronteiro a estas ilhas (e encabeçado pelo burgo da Atouguia) esteve longo tempo sob o domínio realengo, e vultos proeminentes da história pátria tiveram temporariamente nas mãos, por mercê real, essas terras (ou o seu usufruto) que tinham entrado na posse da Coroa com D. Dinis, após as «Inquirições». Assim, no período mais activo das jornadas ultramarinas, o rei D. Duarte, tal como o monarca seu pai, foi senhor da Atouguia da Baleia e dos arquipélagos vizinhos e nomeou donatário, por uma vida, o seu irmão D. Fernando o Infante Santo (de 1436 a 1448). Falecido o desditoso príncipe no cativeiro de Fez, regressaram as terras à posse do rei, então D Afonso V, e este efectuo análoga doação ao Infante D. Henrique (1449 a 1460),  o egrégio impulsionador da nossa epopeia marítima. Já num pequeno trabalho meus (Marinhas Ignoradas da Estremadura, pág. 28 e seg.) citei alguns documentos oficiais que formalizaram estas concessões Declara por exemplo, o título d doação de D. Manso V, de 4-12-1449: "... A quantos esta carta virem fazemos saber que nos querendo fazer graça  e merece ao infante dom henrique meu muito prezado e amado tio temos por bem e queremos que tenha a aja de nbs em dias de sua vida as berlemgas e o baleai que sain jumto com a villa da atouguya assy e pella guisa que os tijnha o iffamte dom fernando meu mujto prezado e amado tio cuja alma deus aja» (T. do Tombo, Mistico, liv,° 4.°, fi.j 22, 2. col.)."
Foi também assim que o Baleal, juntamente com outras rendas, foi cedido ao Mosteiro das Berlengas, em tença vitalícia, depois reduzida a temporária. Uma carta de doação de D. João III solvendo uma petição do «prioli e frades do mosteiro das berlemgas», transcreve o padrão manuelino de 55-2-1512, pelo qual se vê que, «esguardacla a Rainha»,- , D.Maria de Castela (fora por inspiração da esposa que D. Manuel instituíra o Mosteiro da Berlenga, da Ordem de S. Jerônimo , o Rei Afortunado doara aos frades «a dízima nova do pesado que na dita filha morrer» e «mais sete direitos que a el-rei pertencen», entre os quais o «dito baleal e suas remdas». D. João. W. aludida cartä  œnfi&ß. a
esnwla feita aos monges nitn4as po seu iugusto , pai (t Tombo, Chancelaria de D. João III, liv. 39, f1. 49 y.). Nos próprios volumes que
ainda restam dos velhos are . , . . , . quivos da Misericordia da Atouguia e da Câmara de Peniche encontramæ a I g u n s passos alusivos a estes factos. Vale a pena referir pelo menos um: «fl., as casas do Há leal que foram dos mosteiro da Berlenga e era, são do convento de Nossa Senhora de Vaie Benfeito (Venaçõens, live de 1629, fIs. 26). A propósito, repare-se: alguns escritores chamam hoje àquele extinto mosteiro «Convento da Misericórdia da Berlenga», itas não há nenhum documento quinhentista que lhe dê tal nome.

Publicado em "A Voz do Mar" em 25-10-1969

1981 - As Toninhas e a Reserva Natural da Berlena


A VOZ DO MAR
PENICHE, 17 DE SETEMBRO DE 1981
As Toninhas e a Reserva Natural da Berlena

Da responsabilidade da Secretaria de Estado do Ordenamento e Ambiente do Ministério da Qualidade de Vida e aprovados em Conselho de Ministros no passado mês de Maio, foram re
centemente publicados no Diário da República dois Decretos -lei com importância assinalável para Peniche e suas gentes. Trata-se do Decreto-Lei n.°263/81 de 3 de Setembro. que,
revogando o obsoleto Decreto n.0 39657 de 19 de Maio de 1954, estabelece regras de protecção aos mamíferos marinhos da zona costeira e ZEE continental portuguesa, e do Decreto-Lei
n.0 264/81, da mesma data, que cria a Reserva Natural da Berlenga. A partir da publicação e entrada em vigor do DecretoLei n.2 263/81, tornou-se expressa-mente proibido, durante todo o
ano, na zona costeira e ZEE continentais, a pesca, captura e abate, bem como a comercialização em Iotas, mercados ou quaisquer outros locais, de uma extensa lista de mamíferos ma
rmnhos que inclui os animais g e n e ricamente denominados «Focasa, «GoLfinhos», «Toninhas,,, «cachalotes», Rurquais» e «Baleias), aplicando-se a quaisquer outros, mesmo nela
não referenciados. A proibição de comercialização estende-se ainda aos exemplares que forem encontrados mortos nas artes ou aparelhos de pesca ou cujos cadaveres dêem à costa. Por outro lado, os animais das espécies referidas que forem encon (continua na pág. 10)

Legenda: O Regulamento de Protecção dos Mamíferos Marinhos nas Águas Interiores n Mar Territorial e na Zona Económica Exclusiva Continental Portuguesa

As Toninhas e a Reserva Natural da Berlenga
(continuação da ág. 1)

trados vivos junto à costa, serão obrigatoriamente entregues às autoridades que, depois, os encaminharão para as instituições científicas especializadas a fim de serem devolvidos ao seu ambiente natural. As infracções ao disposto no regulamento, nomeadamente a pesca, captura, abate ou comercialização de qualquer mamífero marinho,, acarretarão para os responsáveis, além da perda dos exemplares a favor do Estado, uma multa de 100 contos por cada foca, golfinho ou toninha capturada ou vendida, e de 900 contos por cada cachalote, baleia ou rorqual. Assim, a partir de agora, passa a ser expressamente proibido aos nossos pescadores a captura das vulgares toninhas», (botos) e «oazes (mesmo os encontrados mortos nas redes), assim como a sua comercialização, medida que, de certo, nem por todos será bem compreendida e aceite, mas que, como o próprio preâmbulo do diploma refere, se destina à protecção do equilíbrio ambiental e à preservação de certas espécies em vias de extinção ou de elevado decréscimo das suas populações nas nossas costas. Devido à importância que a captura e aproveitamento de certos cetáceos tem no arquipélago dos Açores, o presente diploma não tem al aplicação. Convém, por último, referir que a fiscalização do presente regulamento ficará a cargo, além das autoridades marítimas e da Guarda Fiscal, do
Serviço de Lotas e Vendagens...
A Reserva Natural da Berlenga A iliba da Berlenga e seus ilhéus circundantes (não incluídas Estelas ola Farilhões)
passam, a partir de agora, a constituir uma reserva natural, atento o seu interesse turístico, ictiológico e da flora A reserva ficará dividida em quatro partes, com graus de protecção diferentes, a saber:
— uma área de recreio, que compreende o carreiro do Mosteiro e a sua praia, a encosta do bairro dos pescadores e a área do Forte de, São João Baptista, onde é permitido o livre desembarque e acesso de pessoas e o seu acampamento, sendo, todavia, proibida a utilização de quaisquer veículos terrestres, com ou sem motor, além de outras proibições;
—a área do Farol reserva da a pessoas adstritas ao serviço deste;
— uma área d.c reserva natural parcial, que compreende toda a parte sul da ilha, limitada a norte pelo caminho cimenta
do que a atravessa, e ainda toda a chamada (ilha velha e ilhéus circundantes; nesta zona é proibido circular fora dos trilhos e
caminhos estabelecidos no plano de ordenamento, caçar ou capturar quaisquer espécie de animal, destruir ou danificar ninhos e apanhar ovos ou quaisquer plantas, assim como acampar;
— uma área de reserva natural Integral, constituída pela área situada a norte do referido caminho de cimento e a nascente pelo carreiro dos Cações, onde será proibido o acesso de visitantes, à excepção dos pescadores que se dirijam para os pesqueiros, e que deverão utilizar, exclusivamente, os trilhes marcados para o efeito Fica também expressamente proibido, em toda a área da reserva (o que já não constitui
novidade), construir, reconstruir, ampliar ou alterar qual quer construção existente, bem como efectuar qualquer obra de aterro ou escavação. A administração da reserva, de acordo com a legislação que regulamenta a matthia, ficará a cargo de um director e de um Conselho Geral, onde, além dos representantes de diversas secretarias de estado e direcções gerais, terão assento representantes da Câmara Municipal de Peniche, Federação ‘Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Centro Português de Actividades Subaquáticas e Associação «Amigos da Berlenga.
A. J. LEITÃO

1978 - Burro amigo, a Berlenga está contigo




















Com a «boca» lançada por Kadhafy na OUA, pretendendo agitar os  movimentos de independência dos Açores e Madeira, é impressão dominante que a Berlenga se encontra igualmente abrangida pelos maquiavélicos planos de subversão e insurreição congeminados na mente daquele ambicioso político.

Atenção, portanto, à Berlenga, não vá pois surgir ali, quando menos se esperar, uma qualquer "Frente de Libertação da Berlenga" (sigla F. L. B.) inspirada em tais  intenções. — E quem saberá. até, se no andará  mesmo já por lá, muito encapotada?

Atenção, Berlenga, muita atenção!

De qualquer modo, Como vale mais a pena prevenir do que remediara melhor será criar imediatamente uma frente de sinal contrário  que, indo até, ao encontro das milenarias e justas aspirações dos berlengueiros (não confundir com berlingueiros de Berlinger) se apresente como uma poderosa força desencorajadora de todas essas veleidades de independência
visto que, no fundo não passaria de mais um passaporte para a dependência de um qualquer imperialismo A gente sabe disso.

Ora a jogada revolucionária que a conjuntura do momento aconselha é essa exactamente que o leitor já esta a pensar:  Dar à Berlenga, MAS JA, o Estatuto de Região Autónoma ainda que to.dcs os Kadhafys do mundo não deixem de insistentemente berrar aos quatro ventos que aquele vaste territorio continua a ser uma ilha-colónia.
Um problema, aparentemente, pode levantar-se de momento:  Quem presidiria ao primeiro elenco governamental?
- Fazer campanha eleitoral? Qual campanhas qual carapuça? isso só serve para dividir o povo o que, na actual circunstância, seria de funestas consequências.
Bm períodci revolucionário, sicmedidas •revolucionárias que se tomama é a legalidade revolucionária que conta, o resto São cantigas. A persmalidade mo ntestada
para pr.e&d i r só pode ser uma: OLENDARIO E TÃO QUERIDO BURRO DA BERLENGA ! «Buirrbs há muitos ma ajuizados só há um: o da Berlenga e mais nenhum
é que por lá se diz e por certo cem fundada razão. Acusado pcr algun’s, em certa altura, como reaça, saudosista d’um passado opressor, •etc, etc, devido a determinadas atitudes violentas
por ele as’urnidas contra pessoas de ideologias que não acei’ta e apodado, mais tarde? pelas bocas da reacção como ciomuna pc•r se ter inerpretado a »ua agressão ao en-e
tão detentor do poder oca1 na .ilha - cy farolei’r - como ten- tati’va de usurpação desse mesmo poder, a ‘verdade é que o tempo veio a demonstra’r que nada de pol’ítico o moveu nesses seus actos. Bern peto contrário, em deixar de ser urna figura contrcversa2 mêstrou iLS•5’O Sim, que é dotado duma personalidade ‘forte, todo firmeza, -todjo ccerência, um incorruptível à
prova de bala e acima de tudo pasmem ó descrentes d s burros! um elevado espirito democratici. Os leitores lembram-se quando, em determinado período a sua agressi’vidade se tornou, de facto preocupante ao prodigalizar a todos C’s indesejáveis a doçura dos seu’s beijo’s (e quem não aprecia os den-e tais beijos de burro?) ou as sua-
ves ca»icis das suas patas maldosa-mente designadas por coices? Vá, en.tãoa de se fazer, apto-po’t’to, as mais aI’eivcsas oonjectu
ras teimando-se em dar sempre um ‘vincado sdgnif’icacto políticc. a essasatitudes mas que, no fundo •não passavam de manifestações pura-mente temperamentais onde a sua
e m ct i-v k! a d e pr im ir i a exp I odia.Mas as intrigas fervilhavam, os partidas emitiam c•ornuiicados e não houve outro reniédiio senão pôr em marcha um ardiltc$o processo
de investigação. — E de que havia d’e 1embrar-se a judiciiria lá do Sitio? ImagttTem, a[r3ílJar-Ihe urna amante (urna amante-espia, clat’o)
na pele duma burrinha muito’ en- graçada, muito cocote, simpatiquls sima e que fosse capaz de romper
a muralha de sc’lidão em que se escuda, na revol’ucionária esperan-
ÇI de obter dele a confissão poiltica desejada.
Mas e1:e burro incorruptível à prova de bala, ante os olhares e os sorriS’. ‘s empastadcs de ternura da rnanhosamente dócil burrinha limitou-se apenas a ter para ela um
fulminante olihar de desprezo que esfrangalhando-a por completo nc seus intents, nada mais lhe restou “do que meter o rabinho entre as pernas e recolher a penates tremen-
damente h’:1hada. Os leitores sabem que foi assim mesmo pois que na altura os jar- nais muito falaram cka assunto. E iembram-se também que face a este fracasso, mas sem esquecer nunca o! grandes êxitos que a nivel mim dial pelas vias do amor se temobtido (e quem não sabe como a alcova tem SKL0 um manancial de
sensacionais revelações políticas) vá d*e se cons’eguir urn despachogovernamental que impos a deslo cação do burro a Peniche onde a
mesma judiciaria, por artes d’e ber-liques e berkques lhe hava deapresentar uma outra burrinha, mais sabidona do que a primeira, bem entendido e. . . Aparentemente muito mais «sex appeal». Tcdavia, teIç o tal incorruptíve1 à prova de bala, um autêntico monsttro de insensibilidade ante o tran$’vasair de meiguice da bur1rinha mantinha-se imperturbável’. Nem um sinipFe olhar de comiseração! Po-
rém, em dado momentc orientan- do para ela, com uni aterradt ‘r ar Escusado seria dizer que de tudo ‘isto só havia de resultar uma res-plandente aura de prestígo à volta
do já tão .popular barro da Berlenga agora efectivamente apeltdado com toda a propriedade por toda a população brlengu.eira co-mc... issio mesmD, o incorruptivel.
Mas referimos também atrás o seu elevado espírito democrático. Ora como os leitores também devem estar 1embradcs houve há tempos um grupo de ioneiros, de homens de boa-vontade (oriundos dum leque parti&rio que ia do MDP ao PPD) que quiseram 1m- plantar na Berlenga um novo tipo de sociedade e que f’ose a de-monstraç viva de que os homens,
quaiisquer que selam as suas idec-. logias, s& efectivamente capazes duma sahitar convivencia pacifica geradora de progresso e bem-estar.  Cansados d’e propagandas e pres-.
s5es partìdrias que nada mais conseguiam d’o que po-ios a espir rar ód’ic uns sobre os outros ani maya-os, ‘pois, a ideia de dar ao(caìithìua na pág. 5)
Muita de supericridade. toda a severidade da sua lacAar sentiu-se que dos seus olhos furbunds se despren dia uma saraivada de fulminantes flechas de raiva e desprezo que a
deixaram hirta petrificada, diria mesmo, física e psic.’lógicamente
mrta, omo se uma bomba de neutrões a tivesse atingido.
….

1982 - Acusações de incompetência


Porém, enquanto alguns técnicos pensam que o atraso na reestruturação dos Serviços é unicamente uma consequência da tensão existente entre Ribeiro Teles e Margarida Borges de Carvalho, outros são de opinião que é tudo uma “questão de Incompetência” da actual secretária de Estado.
"Veja-se por exemplo o que sucedeu com a proposta de Lei Orgânica para o Serviço Nacional de Conservação da Natureza. Estava tão mal elaborada, era um disparate tão grande que foi chumbada não pelo ministro da Qualidade de Vida mas sim pelo Ministério das Finanças”.
O mais grave porém é que esta situação dúbia leva à quase total paralisia dos Serviços. Como se pode ver folheando o livro editado pela  Secretaria de Estado, em dois anos de gestão aquele organismo apenas  seguiu publicar a até agora frustrada lei orgânica”, um pequeno pacote legislativo pontual sobre qualidade do ar, uma lei sobre extracção de areias na faixa costeira, meia dúzia de alterações ao Código da Estrada no domínio do ruído e criou várias áreas classificadas.
Na opinião dos técnicos com quem o EXPRESSO falou, a política da Secretaria têm-se aliás sobretudo limitado à
criação de novas reservas e sítios classificados, sem no entanto instituir os competentes órgãos de gestão.
As críticas, neste domínio, são por isso frequentes. A gestão da “Área de Paisagem Protegida Sintra-Cascais”, criada de forma muito contestada, está neste momento entregue a uma Comissão instaladora dependente da Secretaria de Estado enquanto o ministro nomeou um outro “grupo de trabalho” que funciona Junto do
seu Gabinete. As novas reservas da Serra da Malcata e das Berlengas não possuem sequer comissão instaladora e no Serviço de Parques e Reservas não foi nomeado um único técnico encarregado de as vigiar. 0 concurso para a construção da sede da reserva do estuário do Tejo foi suspenso numa altura em que técnicos da UNESCO
tinham mostrado uma certa abertura no sentido daquele organismo da ONU fornecer o material científico necessário. Entretanto, por inacção, esta proposta parece abandonada.

Publicado no "Expresso" a 3-07-1982

1982 - Associação dos Amigos da Berlenga

A Associação dos Amigos da Berlenga, que desde há vários anos vem assegurando o funcionamento de uma CasaAbrigo no Forte de São João Batista, naquela ilha, deu agora forma legal á sua existência. A escritura de
constituição foi lavrada no Cartório Notarial de Peniche em 8 do corrente

Publicado em "A Voz do Mar" a 17-06-1982

1982 - CARREIRAS PARA A BERLENGA


As carreiras ordinárias para a ilha da Berlenga, iniciadas já no passado dia 1 do corrente, registam em relação aos últimos anos algumas alterações, por aumento do número de viagens.

Assim, em Junho e Setembro haverá uma única carreira ordinária (com partida de Peniche às 10 horas e partida da Berlenga, respectivamente, às 18 e 17 horas), em Julho haverá 3 carreiras (partidas de Peniche horas e partidas da 10. 17 e 19 horas) e 5 carreiras (partidas ás 8 10, 12. 16 e 18 da Berlenga ás 9. 11.horas) Fora dos horários normais a Empresa facilitará extraordinárias. 

publicado em "A voz do Mar" em 17-06-1982

1982 - CONSTRUÇÃO DE SANITÁRIOS PÚBLICOS NA ILHA DA BERLENGA


Segundo informações que recolhemos, o Serviço Nacional de Parques e Reservas Naturais com o apoio do Municipio, vai empreender na ilha da Berlenga (no Carreiro dp Mosteiro, junto às construções existentes) a dedificação de um bloco de balneários sanitários públicos.
O edificio projectado compreenderá também um recinto de lavagens e instalações para um posto médico.

publicado em "A Voz do Mar" a 17-06-1982

terça-feira, 3 de agosto de 2010

1989 - Berlenga custou 4 contos

«Não restam dúvidas de que a ilha da Berlenga é propriedade privada desde data anterior a 1864» - defendeu a Comissão do Domínio Público Marítimo (CDPM) num
Parecer de I985 a que o EUROPEU teve acesso.
o Estado 6, tão-só, um dos proprietárias da Berlenga:
peilence-the o forte de São João Bapista, todas as arribas e praias de areia e o único cais de atracação à ilha no chamado Carreiro dos Cações.
Este parecer da Comissão do Domínio Público Marítimo foi pedido em Fevereiro de 1985 pelo Instituto Oceanográfico e Cadastral, quando este organismo desencadeou
o processo da actualização das matrizes prediais de Peniche.
Nesta altura, o Instituto levantou dúvidas quanto aos registos de propriedade em nome de Arlindo Alves da Costa, que aparecia como de quatro sextas partes
da ilha, e de Rosa das Dores Monteiro, rCClaJnfflflC de um sexto de acordo com o parecer da CDPM, que cita as inscriçõcs na Conservatória à datade 1985, uma sexta parte
da Berlenga estava em nome de Lino Paulino Pereira, quatro sextos pertenciam a Joaquim de Almeida Alves e a restante parte a ambos. dos com o oceano Atlãotico»
- assim reza a escritura cele-bradaa2OdeMaiode 1931 no quarto Cartório Notarial de Lisboa.
A propriedade pertencia, então, a Alfredo Vieira da Silva Sardinha, Joaquim Vieira da Silva Sardinha e esposa e a Manuel Vieira da Silva Sardinha. Foram representados no Cartório pela procuradora, Joaquina Ox-reja do Rego Abranches de seu nome. Por essa escritura, e «na qualidade de únicos herdei-ros de seu pai e sogro» os
Sardinha venderam a Joaqulin de Almeida Alves «o refcñde prédio com todas as suas pertcnçaa, serventias e 1ogradourosi. —‘ -
dão extraída da Conservatória do registo Predial de Peniche faz prova da inscrição,em 1956, on nome de Joaquiin de Almeida Alves «de quatro sextas partes mdlvi-
sas» do prédio rústico em cansa, «por ter sido declara- do cc*no únlcoe legítimo do- no e possuidŒ da referida fracçao predial, viato a ter comprado a Manuel Alfredo
e Joaquim Vieira da Silva Sardinha, ieeid-ntcs cm Lis-boa, que a herdaram de seu pai, que pcr sua vez a com-prou a José Maria Monteiro Júniœ».
Na escritura de 1931, são tres irmãos Sardinha que vendem: Alfredo, residente em Usboa Joaquim, tam-béni a morar em Usboa e Manuel Vieira da Silva Sar-
dinha, residente cm DoisPostos. Surge depois aquela inscrição a falar em «Manuel Alfredo» (sem vírgula cane os nomes) e «Joaquim Vieira da Silva Sardinha», «rosi-
dentes em Lisboa». De qualquer modo, são estes quatro sextoa da ilha da Buleaga os «reclamados», agora, por Arilado Alvos da Costa e Femando Alvos Wintermantel doa Santos, herdeiros de Joaquim’Almeida Alvos. Em Setembro de 1984, o ca_o  Porto de Peniche . elaborou um processo, o qual aponta que José Maria Mon-
toiro ficou como único Iwo- ¡,rictáño da ilha ao comprar, porescriturade 1883,apartc que cabia ao seu irmão Antóaio. Estes finhm comprado os domínios aos herdeiros de
Gaudncio Fontana. Norte: a propriedade aparece inscrita na Conservatória cm fracções indivisas, scm que hoje ainda os actuais «do-nos» saibam exactamente qual o torrão de tena que per-tence a cada um. Deiesto, uma certidão ex- traída da Conservatória dc Peniche, dá- nos • conta dc seis nomes a favor doa quais fionu inscrita, em 19, aarçio de um sexto da KUpliOd&dC rústiea. São elos: Ana Rodrigues doa Santos I im&; Maria da luz Botelbo doa Santos Monteiro; Maria de Jesus Magaihães Montei- ro Coueia Maria  na dos Santos Magaihães Monteiro; Maria de Jesus Santos Ma-gaihaes Monteiro; e Rosa Araújo Monteiro. Estesextodailhaserlo mesmo que ficou inscrito, em 1906, como pertencente a Marcelino Augusto da CostavMonteiro «em legítima porvdbito de seu pai), José MariavMonteiro.vA ProcUradoria-Geral davRepública tem agora a carga
dos trabalhos. Tal como ovEUROPEU noticiou, este or-ganismo irá revelar dentro devdias um parecer que lhe foi pedido pela Secretaria de Es-tado dos Assuntos Fiscais
quanto às pretensões sobre a posse da Berlenga. A família Alves Costa, representada pelo advogado Narana CroissonS, contestou a criação da Reserva Natural da ilha, que no seu entender «é inconstitucional». E, de acordo com uma fonte da Setetaria de Estado do Tun no, «na hipótese de a j I a ser privada, não haverá ondicionantes
de maior, f r parte desteórgão, na a rovação de um projecto tu Istico para a Berlenga» • só a reserva pod cria constituir o único impedimento.

Escrituras provam a venda da ilha Berlenga custou quatro contos MANUEL CATARINO A Berlenga foi vendida por 4 mil escudos, em 1931. Quem a comprou foi Joaquim de
Almeida Alves, que viria a iniciar uma espécje de «dinastia». Hoje encontram-se pelo menos nove proprietários da ilha - são os ii o cais e aprala accm ao Es*o Escrituras
e inscrições Os «barões» da Berlenga Parece impossível encon naro fio da meada. Uma coi- sa é certa: Joaquim de Al- meida Alvos comprou por 4 mil escudos «um  rú
stico denominado a Berlen w, no sítio das Berlengas, confrontando por todos os la- o primeiro proprietário da ilha teria sido, pois, Gaudn cio Fontana. Vendeu-a acs
irmãos Antdnio e José MariaMonteiro. A Berlenga viria a pertencer depois ao pai dos irnišos Silva Sardinha e pas- sou destes para Joaquim de Almeida Alvos.
As tantes, perde-se o IIIi «JOSD» «DaS COiSS ruinS nšo é bom falar»o “Ti João das Berlengas” Durante 37 anos ele tomou conta da Ber-lenga, foi «polícia, médico, enfermeiro, par-toiro», fez de tudo, reformou-se há dois anos e desde at nunca mais ?isou a ilha. Em Pc-niche é conhecido pelo ‘Ti João das Berlengas».
«Tive um grande desgosto quando me re-formaram, no dia em que fiz 70 anos» - diz o “Ti João”, que nunca mais quer ir à ilha.Maria Anastácia, sua mulher, acrescenta:

«Eu tenho pena daquilo». Mas ela 9uer lá voltar um dia. Ambos falam do paraiso que a Berlenga era e do inferno que  hoje: «Vailá muita gente, no Verão, e estragam tudo».
“Ti João” fala dos dois filhos de faroleiros que ajudou a nascer na ilha - «Sabe?! Eu em rapaz aprendi umas coisas com o dr.Frazão». Dos naufrágios que presenciou,


1978 - Abalroamento entre Cabo Avelar e traineira Relíquia

No dia 25 do corrente mês de Agosto nova tragédia ocorre no mar de ‘Peniche a cerca de milha e meia dó Cabo Carvoeiro. Um denso nevoeiro panava sobre o mar. O barco de passageiros «Cabo Avelar Pessoa» fazia a sua última viagem daquele dia navegando da Berlenga para Peniche com a lotação mais ou menos  preenchida, ou seja, à volta de cento e cinquenta pessoas. Em sentido contrário iam passando várias traineiras para e faina da pesca. Depois de ter passado por três destas embarcações surge em determinada altura uma quarta — a traineira Relíquia» — com
a qual o lamentável desastre se deu. Navegando quase completa mente de frente, um contra o outra, naturalmente que devido ao nevcero, os dois barcos só se avistatam quando era já bastante
reduzida a distância que os separava, Imediatamente em rápida manobra ambos meteram marcha-à-ré o que infelizmente já não foi a tempo de evitar o embate.
Quando muito evitou qua as consequências tivessem sido de bem piores proporções pais o choque a ter-se verificado à velocidade (continua na pág. 5)
ambulâncias dos bombeiros de Peniche reforçadas ainda com mais duas dos bombeiros de Óbidos, três dos da Lourinhã e uma das de Caldas da Rainha. Entre os sinistrados sobre os quais a tragédia se abateu mais duramente, encontravam-se dais casais do concelho de Póvea de Lenhoso que andavam em viagem de núpcias pois um tinha casado no dia 19 e outro no dia 20 do corrente mês estando ligados, entre Si por laços familiares. Do primeiro, morreram marido e mulher, ele de nome Mário Rodrigues Ma:craira, e ela Maria Barbosa Araújo e de segundo morreu a esposa, Dionisia Rodrigues Macreira tendo o marido, José António Gomes da Silva ficado sam uma das mãos e com uma das pernas de tal maneira esfacelada que se admite ter de vir a ser amputada.
O outro passageiro que teve morte instantânea foi unia jovem de 17 anos, de nome Maria da Graça HLnnbelino Rodrigues resi dente em Carcavelos e que se encontrava a passar férias na vizi
nha praa cta. Areia Branca. A hora em que elaboramos esta notícia (e a sua inclusão neste número só foi possível por atraso na impressão do jornal) consta-nos que do’s quatro feridos graves que foi necessário conduzir para Lisboa já teriam falecido dois pelo que neste momento seria de seis o total ria mortes. A fonte oficial que então, prontamente, indagámos não dispunha ainda de
elementos que lhe permitissem confirniar tal facto. Como sinistradas natumis de Peniche há apenas a registar uma pessoa cujo noma figurou entre os 14 considerados com ferimentos

origina (de imediato) 4 mortos e 18 feridos
(continuação da pág. 1) normai tena, na opinião dos entendidos, originando o afundamento das duas embarcações. Este deu-se estibordo com estibordo na parte dianteira dos barcos ficando
seriamente danificada a amurada do «Cabo Avelar» onde, por certo, viriam sentados os quatro passageiros que logo encontraram a morte amalgamados na madeira estilhaçada e, cte algum modo esmaçjados de enoontro à casa do leme do referido barco. O pánico que se gera é indiscritível não só pelo estrondo e quadro de tragédia que bruscamente se desenhou, mas dado o pavor que de quase todos se apodera de irem sei tragados pelo mar. Todavia, a tripulação da ((Relíquia>) ddmlnancfo, com extraordinária lucidez e sangue frio a situação, iniedlatamente organiza e põe em
nrarcha tana eficiente e segura operação de salvamento. Porém, nesse exacto momento, Vítor Larangaira que vindo a navegar nimipequeno barco de ‘recreio dum seu amigo francês a pouca distância cio «Cabo Avelar» pode assim testemunhar a ocorrência, de pronto acode a salvar quatro passageiros que haviam caído ao mar mas, ainda mal havia recolhido tan deles, já uma lancha da Reliquia procedia à recolha dos restantes. Aproximando-se depois do «Cabo Avelar» para receber parte dos feridos eis que imediatamente grande número de pessageiros tenta precipitar-se para dentro da diminuta embarcação o que se ele não tem pracwadó evitar, talvez que a trágica ocorrência se tivesse saldado em maar número de vidas ceifadas. Na tentativa de minorar sofri /Ut7dW”’ff ‘dbU tos ligeiros. ILlUIO9Ì4JS’1(I ILNVL)V: Para o necessário apuramento 111 - SOuIT A -?.JVATVI   , das causas de quanto acontecera ‘  correspondentes responsabilidades, estão em formação os res C1IJVJ VIDN?JC)Lt13 — V peotivos processos.

Publicado em "A Voz do Mar" a 24 de Agosto de 1978

1982 - Berlengas: Paraíso ou ilha do diabo ?

9-OUTUBRO-1982 /
ExpressoRegiões
Ix
PARA ALGUNS turistas, e para Raul Brandão (ver livro "Os Pescadores") a ilha Berlenga é um paraíso. Para os faroleiros, que lá devem permanecer por períodos de três dias seguidos (quando os temporais não os obrigam a aumentar aquele período), é a «ilha do diabo».
Quando o barco, que partiu de Peniche, se aproxima, ao vermos aquela montanha inóspita, de um castanho encarniçado agressivo, um pescador local explica: «Lá para Janeiro ou Fevereiro é que isto está bonito, cheio de flores.» Mas à volta, o fundo verde-sombreado do mar, a beleza murmurante das grutas, fazem com que nos rendamos. A praia t pequena. O restaurante, da Comissão Concelhia de Turismo de Peniche, é péssimo. E passar ali toda a tarde, à espera que o barco regresse a Peniche, chega a ser doloroso. Tanto mais que falta a coragem para subir aqueles penhascos escarpados.
Em 81, as Berlengas foram oficialmente declaradas reserva natural. Entre Fevereiro e Setembro, lá está o bairro dos pescadores cheio de uma população expectante, que vive do mar e dos escassos turistas que diariamente aparecem no
«berlengueiro». Durante o resto do ano, só lã fica o faroleiro. Mas, para definir bem o arquipélago, nada melhor do que
transcrever o diálogo que Raul Brandão manteve com um faroleiro e que registou no seu livro "Os Pescadores".
Nem a pneumónica lá chegou:
«... Os homens devem ser felizes diante deste espectáculo sem pre igual e sempre renovado. De Inverno nenhum barco atraca às Berlengas. Só e Deus no mais belo sitio da costa portuguesa!... Atrevo-me a falar a um velho musa-ranho, de focinho arreliador, que está metido no farol, de costas para o mar, fingindo que me não vê, a esfregar e a polir os metais reluzentes.
—Hem?...
—Hum...
Rosna e não diz palavra que se entenda.
— Olá!
Olha-me com desprezo e continua a polir os metais já polidos, como se eu não existisse. Mas não desanimo facilmente e teimo:
— Que beleza, han?...
Toquei-o. O homem sacode os ombros, levanta-se, atira o pano fora, encara-me de frente, com os bigodes assanhados entre as rugas e um olho azul de faiança cheio de cólera.
— Que beleza o quê? Que beleza?... Isto?!
— E ri-se. — 0 vento e o mar!
Sempre o vento e o mar O vento, que no Inverno não me deixa chegar à porta, com mar todo o dia, toda tod a a noite a bramir! O mar desesperado, o vento desespera do... Eu não sou um faroleiro — sou um náufrago. Que beleza hem?...
Nem posso dormir! Nem dormir! Toda a noite o vento uiva, toda a noite o mar ecoa, ameaçando submergir esta ilha do diabo!
Julguei-me autorizado a interrompê-lo:
— Mas no Verão é esplêndido...
— Nem olho. Só me resta uma esperança — fugir. Se não me mudam, endoideço. O amigo sabe quantos endoideceram já? Três!... E atirando os braços para o ar:
— Uma calamidade! Aqui não se sabe nada, aqui não chega nada. Nunca! Nunca! Nem a pneumónica aqui chegou. E não posso ter uma couve, não posso ter uma abóbora... Os coelhos devoram tudo. Ê uma praga!
— Dê-lhes tiros.
— Tiros?! — E rl-se com dois
Berlengas: paraíso ou ilha do diabo’?
As Berlengas, cercadas pelas suas grutas magníficas, com o Forte, agora transformado em bairro dos Pescadores
dentes e desprezo — Quando que- a da Estela, a Pedra Redonda, aro um coelho, ato um anzol a um Pedra de Todo-o-Peixe, o Guipan, meto o pau na lura e firo o lhão... Duas manchas bastam-me coelho para fora; quando quero para toda a vida, uma etérea, aum peixe, ato um anzol a uma li- outra sangrenta, com um castelo nba e deito a linha à água... Mas o queimado e requeimado como um que eu quero é fugir! Fugir! Fugir velho cachimbo ao pé do vidro para muito longe, para onde não grosso da água. Duas manchas e oiça o mar, para onde não veja o um pormenor: o fio de areia onde
mar! ficou impresso um pé delicado de Roncou... Percebi que repetia—mulher… com escárnIo: — Que beleza, Regresso num fim de tarde toda han!... — E voltando-se, outra de oiro, num mar todo verde. São vez com o pano na mão, conti- outras três horas a remo. Deito nuou a esfregar e a polir com de ne no fundo enxuto do barco e sespero os metals — de costas vi- absorvo-me na luz que se transforradas para o mar... ma. Ê roxa agora. Desvanece-se. Olho pela derradeira vez. Ê pa- mais. Estou encerrado numa gran-ra sempre que quero fixar a Ima- de Jóia translúcida e vIva — vIva!
gem, a última, a definitiva, a es- — que pouco e pouco muda de sencial, do morro vermelho a cor. Violeta, toda violeta, e val emergir do mar imóvel, cheio de desmaiando como quem morre de-pedras espumantes — a da Velha, vagarinho com saudade...»
Publicado no Expresso Regiões em 1982

1976 - TI JOÃO E TI MARIA VELHA

os verdadeiros senhores da Berlenga João Rodrigues Pereira (Ti João) e Maria Elisa Soares
Anastécio (vulgo Maria Velha), ele de 64 anos de idade, ela de 60, formam aquele simpático casal que, de há longa data, em cada ano permanece na Berlenga 8 meses, incumbido das mais variadas tarefas.
São eles que zelam pela limpeza duma parte desta maravilho
sa ilha, em particular, a zona do Carreiro do Mosteiro, que vigiam e põem em funcionamento os geradores de corrente, que acolhem em sua modesta casinha com a mais cativante  hospitalidade qual quer pescador em apuros, dando -lhe, quantas vezes, de sua comida e dispensando-lhe até a sua cama. E sempre que foi caso disso, o ti João também sabe prestar primeiros socorros.
A casa é modesta. dissemos, (neta foram todavia crescendo na sua companhia, sabe Deus como, os seus quatro 1i1hos, hoje casa dos) mas, desde há pouco tempo, o Proprietário (a Exma Camara) lá a dotou com uma casa de banho e mais um quarto.
Com a maior regularidade dura o cumprimento desta missão há 23 anos ao serviço do município local.
O Ti João vê com muita apreensão o seu dia de amanhã pois, sendo considerado apenas trabalhador eventual, não só está privado de beneficiar de qualquer
espécie de assistência gratuita como sente já angustiadamente
pesar no seu espírito a ameaça duma velhice sem reforma.
— Será este o prémio da grande dedicação que tem por aqueIa ilha, onde é de tanta importância a sua presença?
— Quem tão longamente vive ria assim mergulhado na solidão, uma solidão que só na época estival é quebrada pela companhia dos turistas?
Há, no entanto, muita gente para quem a vida deste casal não é  indiferente e bem significativo testemunho disso foi aquele jantar de homenagem com que no
Verão passado, no dia 7 de Agosto o Grupo de Amigos da Berlenga o brindou.
E vem até a propósito dizer que, apesar das limitadas possibilidade de deslocação para
aquela ilha, e do problema de espaço para reunir numa sala muita gente, ainda assim o ti João
e a ti Maria Velha viram-se na quele dia, no Pavilhão Mar e Sol, envolvidos pelo calor humano de 119 bons amigos que muito os estimam.
Discursos, canções, projecção de diapositivos, ofertas de recordações animaram o acontecimento onde, em vez de rotineiro protocolo, quem verdadeiramente
pontificou, em tudo o que se passou naquela inesquecível noite, foi o coração.
— Será que a Justiça vai ser madrasta para o Ti João e Ti Maria Velha?

Publicado em "A Voz do Mar" em 1976

1976- BERLENGAS NÃO É QUINTAL PARA MEIA DÚZIA

28 de Abril de 1976
PENICHE - Meia dúzia de indivíduos — dos que se arrogam o direito de fazer do património nacional o que
muito bem lhes apetece — decidiram construir clandestinamente, na ilha das Berlengas, uma casa de veraneio.
As obras em causa foram embargadas pela Câmara Municipal e pela Capitania do Porto. Contudo, os infractores tentam reagir ao embargo, alegando que algumas casas particulares foram construídas, noutro tempo, semi as autoridades se importarem com isso, e aspirando pela saída da actual CA da Câmara, e pela
vinda de uma «à antiga», das que «fecham os olhos» a este género de falcatruas. Com a entrada em  funções da comissão administrativa da Câmara, e a criação da Associação dos Amigos das Berlengas, passou a fazer-se uma nova utilização pública da ilha. As instalações do Forte de S.João Baptista, inutilizadas desde bá algum anos, foram restauradas pelo trabalho da Associação, com o apoio monetario da Direcção-Geral de Turismo, permitindo, assim, que em 1975, cerca de mil trabalhadores pudessem usufruir, a preços módicos, do descanso de férias naquele local privilegiado.
A população de Peniche está alerta. E entende que qualquer construção que surja no espaço das Berlengas e que não esteja voltada para as mais elementares necessidades da ilha, não pode deixar de ser considerada um crime contra a colectividade.

Publicado em "O diário" a 28 de Abril de 1976

1983 - Reserva Natural da Berlenga



PENICHE, 5 DE MAIO DE 1983
Reserva Natural da Berlenga

A Reserva Natural da Berlenga, dependente do Serviço Nacional de Parques, Reservas e Património Paisagístico, da Secretaria de Estado do Ordenamento e Ambiente, foi estabelecida pelo Decreto-Lei n.° 264/81, de 3 Setembro, tem por limite a linha batimétrica dos 30 metros à volta da Ilha e inclui todas as suas ilhas, ilhéus e área marítima.
Tem cerca de 78 ha. terrestre e a sua criação teve origem nas seguintes razões:
— grande beleza natural; área marítima de grande interesse para a práti
ca do mergulho cientifico ou recreativo devido á transparência das suas
águas muito ricas em espécies marinhas; local de nidificação de aves,
enquanto muitas outras as utiliza mnas suas migrações; flora constituida
por mais de 80 espécies das quais 4 são ali endémicas, não existindo, por
tanto, em mais parte alguma; zona turística com muito interesse mas condi
cionada pela sua capacidade de carga.
Em face de todos estes valores, no ordenamento da ilha estabeleceram-se
as seguintes áreas:
— Reserva natural integral constituída pela zona a Norte do caminho
que atravessa a “Ilha Berlenga” e quedá acesso às cisternas e à fortaleza e
limitada a Este pelo Carreiro dos Cações (área com acesso proibido).
— Reerva natural parcial, constituida pela zona a Sul do referido ca
minho, pela “Ilha Velha” e por todosos ilhéus (área de acesso condiciona
do).
— Reserva de recreio: uma, definidapelo Carreiro do Mosteiro, sua praia
e encosta do Bairro dos Pescadoresincluindo o local de permissão de
acampar; outra, limitada à zona envolvente da Fortaleza de S. João Bap
tista (áreas de livre acesso e desembarque).
— Reserva marinha, definida pelaságuas que envolvem a ilha até á bati
métrica dos 30 m.
— Area do farol, que inclui as construções existentes ligadas ao fa
rol, habitação e anexos, bem como o terreno utilizado como logradouro e
perfeitamente limitada por gradeamento.

Tratando-se de uma “Reserva”, em toda a ilha é interdito, constituindo
contravenção:
Transitar fora dos caminhos estabelecidos; colher plantas ou partes de
plantas; caçar ou capturar qualquer espécie animal; destruir ou danificar
os ninhos e apanhar ovos; praticar caça submarina; acampar fora do local
para o efeito designado; abandonar detritos ou qualquer forma de lixos
fora dos recipientes para esse fim; fazer lume fora dos locais para o efeito
estabelecidos; construir, reconstruir, ampliar ou alterar construções existen
tes bem como efectuar aterros ou escavações; introduzir espécies animais
ou vegetais exóticos.

Publicado em "A Voz do Mar" a 5 de Maio de 1983

1979 - AMPLIAÇÃO DO CAIS DA BERLENGA

Foram já iniciadas as obras de ampliação do cais de desembarque no Careira do Mosteiro, na
ilha da Berlenga. Os trabalhos estão avaliados em cerca de 800 contos.


Publicado em "A Voz do Mar" a 23-08-1979

1979 - Briolengas

Já no avião de regresso  a Lisboa, o Presidente ouviu com atenção o fotógrafo
da Presidência sugerir que, à semelhança de Tito, Eanes devia transformar as Berlengas em
residência exclusiva (e paradisíaca) do Presidente português. Ao que Eanes, lesto, acedeu,
virando-se para o seu assessor «Oh Silva Costa, tome nota de que nomeio aqui o Nuno Mendonça
governador das Berlengas.» Que poderão passar a chamar-se Briolengas em homenagem a Brioni, sua musa inspiradora.

Publicado em (?), secção "Tempo", em 5 de Julho de 1979

1981 - Obras do Porto de Peniche

O início da construção do "Cais das BerIengas", previsto para o corrente m de Julho, só deverá verificar-se a partir de 15 de Agosto, por não ser possível até esta data criar no Caís da  Ribeira a faixa necessária
a circulação dos camiões e máquinas  indispensáveis à execução do trabalho.
Este novo caís, a construir junto do molhe da Ribeira no prolongamento do local de acostagem actualmente existente, destinar-se-à ao embarque de passageiros para a ilha da Berlenga e a servir as embarcações  da marinha de recreio que em número crescente, demandam o nosso porto. Até que entre em funcionamento pleno o novo cais de descarga das embarcações de pesca o "caís da Berlenga" será, no entanto, utilizado para a descarga de pescado, face à insuficiência do Cais da Ribeira.

Publicado em "A Voz do Mar" em 23-07-1981

1979 - "Casa Abrigo de São João Batista Na Ilha da Berlenga"

Foi de 3623 o número total de dormidas registado  na époaca de 1979 no Casa  Abrigo de São João Baptista que, graças à dedicação de um grupo de bons penichenses, tem vindo a funcionar nos últimos anos no velho forte da ilha da Berlenga.
O número de utentes foi de cerca de um milhar, sendo 208 de Peniche e 281 estrangeiros. Destes Provenientes de 21 países, da Finlândia e Noruega  ao Japão e Austrália, destacamos:  116 alemães, 44 franceses, 18 americanos e 15 holandeses.

Publicado por "A Voz do Mar" em 1-11-1979